'Educação para a Paz' sob a perspectiva de Maria Montessori foi tema de palestra no Colégio Santa Úrsula

 
Marion Alice Wallis e Paige Geiger, especialistas em formar profissionais da educação para o Método Montessori, falaram a pais e professores do Colégio Santa Úrsula
 
 
O Colégio Santa Úrsula, de Ribeirão Preto (SP), levou até os pais da Educação Infantil e professores, no dia 24 de abril, a palestra “Educando para a Paz”, com a inglesa Marion Alice Wallis e a americana Paige Geiger. Ambas são consultoras na área e pertencem ao Centro Educacional Montessori de São Paulo (SP).
 
Falando sobre a Pedagogia criada pela médica italiana Maria Montessori, elas mostraram alguns princípios que fundamentam a construção da paz para o indivíduo, como a liberdade, a independência, a autonomia e o respeito à criança, a sua individualidade e as suas características pessoais.
 
“Temos que entendê-la como um ser único e capaz de se desenvolver naturalmente. Nosso papel é criar um ambiente preparado e estimulante para que isso aconteça”, explicou Marion Wallis. Para Fernanda Beloube, coordenadora da Educação Infantil, este encontro foi uma oportunidade para o aprofundamento dos estudos sobre Montessori. Ela ressaltou que houve um entendimento sobre a importância da família e da escola estarem juntas neste processo educativo, falando a mesma linguagem, agindo de acordo com a pedagogia montessoriana.
 
Ambiente organizado
 
As especialistas expuseram, inicialmente, algumas orientações importantes de Maria Montessori que podem contribuir, decisivamente, para o desenvolvimento da criança, como a ordem no ambiente, que fornece a ela o conhecimento sobre o espaço em que está inserida.
 
“É preciso que a criança se oriente no ambiente sem surpresas. Isso a ajuda a entender como as coisas estão estruturadas, permitindo que sempre saiba onde procurar o que ela necessita. Um ambiente organizado promove segurança. Ela entenderá onde pode ir e o que pode fazer. Desta forma o mundo passa a fazer sentido para ela. A organização do ambiente também contribui para a organização da mente, o que a ajudará a aplicar novas aprendizagens ao conhecimento adquirido”, analisa Paige Geiger.
 
Marion Wallis lembrou que a ordem no ambiente, segundo Maria Montessori, deve ser planejada pelo adulto e adequada às necessidades da criança, a fim de que ela possa ser envolvida sempre em atividades reais, como pequenas atividades domésticas, que estimulam a convivência familiar.
 
“Um ambiente bem preparado pelo adulto deve promover o senso estético e a valorização da cultura para a criança. Deve ser um lugar no qual ela possa ser livre para explorar e que favoreça seu fortalecimento físico, emocional e intelectual e que a ajudará a aprender por meio do movimento, promovendo interação entre seu corpo e mente”, ressaltou.
 
Relação de confiança com o adulto
 
As educadoras falaram ainda da importância da “Disciplina Ativa”, no Método Montessori, que leva a criança a ser disciplinada para a realização de suas tarefas. Esta disciplina não a imobiliza e nem a torna passiva.
 
“O desenvolvimento da disciplina na criança começa pelo amor que ela desenvolve pelo adulto. Maria Montessori disse que este é um instinto fundamental do ser humano. A criança será discípula de uma pessoa que admira, passará a reconhecer esta autoridade e a tornará seu guia, estabelecendo uma relação de confiança. Este mestre deve respeitar as necessidades dela, conforme seu desenvolvimento, olhando-a como uma pessoa e não como propriedade. Este adulto nunca poderá ser permissivo e deverá ser sempre verdadeiro, gentil, paciente e bondoso com ela”, salientou Marion Wallis.
 
Tornar a criança um ser livre
 
Marion Wallis e Paige Geiger afirmaram que o Método Montessori propõe que educar para a paz passa por tornar o ser humano livre. Para elas, a disciplina, a harmonia, a calma, o amor e a ordem levam à liberdade e, consequentemente, à paz.
 
“O ser humano livre é autônomo, independente, sabe fazer as coisas, valoriza o trabalho. O adulto precisa ajudar a tornar a criança independente de nós. Nunca faça pela criança o que ela é capaz de fazer sozinha. Isso é, realmente, muito importante. Todo adulto tem que praticar a contenção, ou seja, não ‘imprimir sua digital’ em tudo o que a criança faz. É deixar a criança ser ela mesma”, concluiu Paige Geiger.
 
Os adultos que educam precisam entender que o desenvolvimento acontecerá naturalmente. As especialistas disseram que ensinar seguindo as leis da natureza significa que é preciso apenas apoiar a criança nas atividades que ela escolher fazer. O brincar dela sempre terá um propósito para seu desenvolvimento. Ela vive em um mundo de suas próprias atividades, mesmo que estas possam parecer, inicialmente, sem sentido para o adulto.
 
Para Maria Montessori, quando a criança se movimenta e brinca ela está desenvolvendo sua mente e seu caráter, bem como seus ossos e músculos. Por isso a escolha pelo trabalho que ela faz deve ser respeitada. “Montessori nos diz que toda capacidade que possuímos hoje adquirimos na infância. A criança é, ao mesmo tempo, uma esperança e uma promessa para a humanidade”, finalizou Marion Wallis.
 
 
 
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